20 de abril de 2014

Há pessoas que nos marcam

Há pessoas que nos marcam. E que independentemente do que nos aconteceu, lembramo-nos dessas pessoas. 

A R. é uma dessas pessoas. Alguém que conheci, de quem fui grande amiga e confidente. Alguém que me pedia conselhos, valessem o que valessem. Alguém que soube praticamente desde o início a minha história marada (foi das poucas) e não me criticou. Alguém que me abriu a porta de casa como se me conhecesse desde sempre. Conheci a família dela, pais, irmão e avós. No entanto a vida dá voltas e fomos por caminhos diferentes, contudo fui sempre sabendo de notícias dela ou da família dela em conversa com uma amiga comum. 
Desta forma, já há uns bons tempos atrás, talvez a meio do meu curso, soube que os pais dela se iam separar. Soube pela madrinha de praxe, também amiga dela em tempos. Fiquei em choque, posso dizer que tinha os pais dela como um exemplo de um casal, um casamento, uma relação bem construída (penso que tinha-os até como um maior exemplo que os meus próprios pais, admito). Pelos vistos enganei-me no exemplo que escolhera e acabaram-se por se separar mesmo. Ninguém estava à espera. A realidade é que quem está na relação é que sabe o que se passa, aprendi isso. Já não falava com a R. nessa altura, mas penso que, porque me deu os parabéns no meu dia de aniversário, conseguimos ter uma pequena conversa em que falamos sobre isto. Só posso imaginar como isto a afectou. A ligação que ela tinha com o pai, das melhores que já vi, perdeu-se e pelo que sei até hoje ainda não conseguiram voltar ao que tinham como pai e filha. O tempo foi correndo. Sem mais notícias importantes a considerar... 
Esta semana soube, pela tal amiga em comum, que a mãe dela esteve no hospital. Tem um aneurisma cerebral e não pode ser operada. Mais um choque. E conhecendo a R. que em tempos conheci, sei que fará de tudo para proporcionar o bem estar à mãe e restante família, esquecendo-se dela própria. O que comprova a expressão que me disseram quando a viram "parecia uma defunta". Felizmente por um lado, infelizmente por outro, assim é ela. Esquece-se dela para proporcionar o melhor aos outros. 
Por ser uma pessoa de quem não esqueci, mandei-lhe uma mensagem. Uma mensagem que não servirá de nada no turbilhão em que se encontra, mas não me iria sentir bem se não a mandasse. Sei que se calhar um telefonema era mais adequado, só que não saberia o que dizer e escrever sempre foi mais "fácil" do que falar para mim. Ela respondeu um simples obrigada, não andará com cabeça para mais. É daquelas pessoas que não merecia isto (se é que alguém merece abanões destes), nem ela nem a mãe. 
Só espero que caso precise de alguma coisa e eu possa ajudar que diga, tal como lhe disse na mensagem, porque desde que possa estarei lá, espero que saiba que aquilo não foram apenas palavras ditas. Pode já não estar presente na minha vida mas não a esqueci. E espero que não se esqueça dela, porque dessa forma não consegue ajudar ninguém. 

5 comentários:

  1. Ao ler isto fico sempre com um nó na garganta...

    Inês, como não podia deixar de ser, escolhi-te :)

    Aqui: http://diariodeumalmaa.blogspot.pt/2014/04/desafio-aos-bloggers.html

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