27 de outubro de 2016

Resposta aberta à famosa carta aberta

Cara Maria, 

Antes de mais parabéns pela tua média de conclusão do ensino secundário. Tenho pena que não tenhas conseguido entrar no ensino superior, no curso com que sem sonhaste, mas deixa-me dizer umas coisas em jeito de resposta à tua carta ao Sr. Presidente da República. 

Para começar ainda bem que tens uns pais que te permitem estudar espanhol e que te oferecem essa oportunidade de estudar para Espanha. Deves estar muito agradecida por isso, porque nos dias que correm a hipótese de estudar no ensino superior já se torna uma dor de cabeça às vezes, quando mais estudar fora do país. Por isto tudo espero que saibas a sorte que tens. 
Depois vou-te contar uma história, a história duma rapariga que até gostaria de ser médica, ajudar os outros, só que não tendo uma média alta nem colocou Medicina como opção aquando da candidatura ao ensino superior. Optou por outros cursos relacionados com a saúde porque era a área que ela gostava. No em que terminou o 12º ano não conseguiu entrar na faculdade. As médias, nesse ano, ficaram altíssimas e nem o 17,5 no exame de Matemática que ajudou a elevar a média lhe serviu de muito. Ficaram altas na faculdade onde queria entrar, perto de casa, porque depois de uma pequena pesquisa ela viu que com a média que tinha conseguiria entrar no mesmo curso mas longe de casa. No entanto a hipótese de estudar fora de casa nunca foi colocada em casa, a rapariga sabia que seria um grande esforço para os pais, um esforço que dificilmente conseguiriam suportar, pelo que apenas se candidatou para faculdades onde pudesse ficar em casa. O esforço mesmo assim seria grande, porém suportável dentro do possível. O resultado desta opção dela foi que ficou um ano a fazer melhoria de notas, subiu a média, tirou outro 17,5 no exame de Matemática e conseguiu entrar na faculdade. No entanto nem precisava de ter feito melhoria, a média que tinha no ano em que não entrou bastaria para entrar no ano seguinte. Hoje em dia e apesar do curso tirado trabalha numa área diferente. O mercado está saturado. Sabe que o trabalho que conseguiu foi graças a ter aquela licenciatura mas sente que foram quatro anos quase que deitados fora. 
Por isso acredita que tens sorte quando digo que ainda bem que colocas a hipótese de ir para fora estudar. No caso da rapariga isso nem era uma opção, por muito que quisesse entrar na faculdade. Acredito que estudar fora seja sempre uma mais valia, mesmo que vás de certa forma "obrigada", como referes na carta. 
A entrada na faculdade sempre foi por média, pelo menos desde que me lembro, e é a maneira mais "fácil" de ser justa. Claro que por vezes não o é. e falamos de notas inflacionadas no secundário, as excepções à regra, contudo quem tem nota mais alta entra quem tem nota mais baixa não entra. Não se avalia o lado humano, isso acontece nos filmes americanos, mas se assim fosse já viste como seria articular tanta entrevista, tanto candidato, tanta faculdade e instituto? Eu percebo o que queres dizer, há pessoas que apesar de saberem a teoria não a conseguem por em prática, ou não têm jeito ou aptidão para aquilo, só que como conseguem entrar em determinada área vão. Concordo contigo nesse aspecto, só que a prática desta questão não é fácil. Como seria gerir isso? Fazer apenas para determinados curso? Também não seria justo... É complicado a atribuição dos lugares em causa através das notas. Tal como é feito em alguns trabalhos, fazem uma média consoante experiência e formação e depois o lugar é dado a quem obter nota mais alta. 

Ao ires para Espanha não dás a Portugal a 2ª oportunidade que talvez mereça, tal como ele te dá a ti permitindo que o teu exame de Fisico-Química no qual tiraste boa nota seja válido na candidatura do próximo ano, bem como, caso realmente vás estudar para Espanha, te permite fazer o internato cá. 
É frustrante não entrar? Claro que sim. Ver o esforço que se fez e não ter resultados, mas a vida é assim. Existem adversidades e cabe-nos superá-las. E se tu tens a oportunidade de superar indo para Espanha, estudar o que realmente queres, então força, vai. A vida somos nós que a construímos. Tal como tu, ficaram vários candidatos sem colocação, tal como a rapariga da história ficou há uns anos. Muitos, acredito eu, não têm essa oportunidade. Alguns deles começarão a trabalhar e depois disso é difícil retomar o ritmo de estudo, o sonho de um curso superior vai ficando para trás. 

Boa sorte para ti, Maria. Boa sorte para o curso, mas essencialmente para a tua vida. Não será o curso que te definirá, por muito que sonhes com ele. Será a forma como enfrentas a vida...  

22 de outubro de 2016

Xeque ao Rei de Joanne Harris

Resultado de imagem para xeque ao reiJá tinha saudades de ler um livro completo, sem desistir no início. O facto de andar de transportes públicos para o trabalho facilita-me a leitura e ter estado praticamente desde o início do mês em casa, sem as viagens constantes, fez com que terminasse o livro rapidamente até. 
O Xeque ao Rei foi um livro que já tinha começado, há uns tempos atrás, mas c.) Voltei a insistir este mês, o início do livro novamente confuso, aliás todo o livro, contudo continuei a ler. 
Nunca tinha lido nada desta autora, Joanne Harris, apesar do sucesso que faz. Tem uma escrita cativante, descreve bem e envolve o leitor de forma a que se sinta no espaço e tempo do livro. Gostei da escrita da senhora. 
Quanto ao livro, à história do livro, prende completamente o leitor (mais para o meio do livro, depois de entender a dinâmica) e é surpreendente, mesmo surpreendente. Só desvendei o final quando a autora desfez parte do mistério. Até lá desconfiava de outro desfecho e mesmo o próprio final não deixa de ser diferente da 2ª opção que imaginava. Da história pouco se pode contar, temos como local St. Oswald's, um colégio masculino, onde costumes e tradições se mantêm. É a melhor definição que consigo...o resto é ler o livro. 

Apesar da escrita diferente, o livro acaba por ser muito interessante. Até que ponto vivemos obcecados por alguma coisa? Até onde as tradições e costumes se devem manter? Nem tudo o que parece é...descobrimos no final esta grande verdade, mesmo com algumas "pistas" ao longo do livro. Gostei e não estava à espera...de gostar, da escrita, da história. 

13 de outubro de 2016

Para o próximo mês...

Como dia da visão que é, cheguei ao trabalho e descobri que quase ia ficando sem óculos. Para não variar o parafuso de uma das hastes estava quase saído...já não é a primeira vez. Lá consegui arranjar mas não estão grande coisa. 
Preciso de uns óculos novos. Já o ando a dizer há algum tempo,  mas tal como a notícia que li sobre os portugueses não comprarem óculos, nem irem a consultas de oftalmologia, por falta de dinheiro para os comprar, tenho adiado o gasto. E por este andar ainda vou adiar mais um bocado porque estou a ver outras despesas principais. Não é que os olhos não sejam uma prioridade porém a graduação ainda se mantém, é mesmo uma questão de trocar de óculos porque estes estão velhinhos. Para o próximo mês talvez volte a pensar nisso..

Saber escrever

Não sei escrever, gostaria de o saber fazer. Escrever e prender quem lê, tal e qual como fico por vezes ao ler, seja um livro, seja algum post por esta blogosfera fora. 

Gostaria de saber escrever, perder-me por entre letras, pontuação, papel e caneta. Tornar a minha escrita numa vida desafiante, cheia de aventuras, mistérios, suspense, alegria, poucos momentos de tristeza, já que dificilmente os consigo evitar. Tudo misturado, tudo junto nas palavras que eu saberia escrever. Esta "ambição", muito pequena devo referir, de querer chegar a ser como um cabelo de alguém que realmente saiba escrever é permanente. Escrever e saber que as palavras, as minhas palavras, se multiplicaram, viajaram por esse mundo fora. 

Resultado de imagem para escrita tumblrGostaria de saber escrever, escrever em bom português, com palavras finas e caras e outras não tão finas e não tão caras assim. Gostaria de saber escrever, escrever sem erros, que agora com o acordo ortográfico parece que já não o sei fazer. Gostaria de saber escrever, escrever à minha maneira e que a minha maneira fosse uma forma boa de escrever. 

Gostaria de saber escrever...talvez um dia tenha sabedoria para isso. 

11 de outubro de 2016

Taxistas

Resultado de imagem para taxiSenão me engano andei uma vez de táxi. Uma vez em que precisava de estar rapidamente num loval e não tinha outra forma de deslocação para um curto espaço de tempo. Nunca andei através da Uber e da Cabify. 
Ontem foi dia de manifestação dos taxistas, mais uma. Estão contra os serviços da Uber e da Cabify. E tivessem eles a razão toda acabariam de a perder pelas atitudes que tiveram, pelo que disseram, durante o dia de ontem. 
Vandalizar um carro, com uma pessoa dentro, que apenas tenta fazer o seu trabalho é degradante. Não se lembram o quanto lhes custou o carro? Gostariam que lhes fizessem o mesmo? Ver um dito profissional na manifestação entrar naquele que é o seu meio de trabalho de cerveja na mão é decepcionante, não apenas para mim mas a própria classe. Estaria o senhor com a garganta seca de tanto gritar na manifestação? E o que dizer de um homem, que por acaso é taxista, porém acima de tudo, torno a dizer, um homem que diz que as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas? Não existem palavras para classificar quem o disse e a m**** que disse. 

Caros profissionais, motoristas de táxis, se em vez de andarem em manifestações com direito a pontapés e murros e declarações estúpidas, investissem o vosso tempo em melhorar o vosso serviço talvez as pessoas continuassem a optar por eles. Se em vez de cobrarem imenso por uma viagem de 15 min e de quererem aumentar os valores nas épocas do Verão e Natal, como já ouvi, cobrassem valores decentes talvez as pessoas iriam de táxi. Talvez se em vez de andarem sempre com um ar de quem vos deve imenso, andassem com um sorriso na cara as pessoas passassem a falar um pouco com vocês, ao invés de uma viagem em silêncio. Talvez um pouco de simpatia e humildade não vos fizesse mal. 
Tal como disse nunca usei a Uber e a Cabify. Li alguns testemunhos e o que reti foi que o serviço, a experiência foi sempre positiva. Tenho, por isto e apesar de não ter experimentado, estes serviços como algo rápido, eficiente, cómodo e acessível - isto tudo em comparação com os táxis. Hoje em dia é muito importante a eficácia e o custo, olhando muito vezes para o valor primeiro do que para a qualidade. Contudo se podemos juntar tudo porque não usufruir? Estamos em pleno séc. XXI, ano de 2016, e os táxis querem continuar a ter o monopólio só para eles. Concorrência já ouviram falar? Não vou discutir a parte do legal ou não legal, porque pelo que percebi não é apenas isso que está em causa. A principal questão é ter alguém que está a roubar os clientes aos táxis, pelo menos assim me parece. 
As imagens e palavras que vi/ouvi foram também vistas e ouvidas por outras tantas pessoas, que pensarão duas vezes caso precisem de um táxi os próximos tempos, eu pensarei sei que sim (não foi por acaso que a aplicação com mais downloads ontem foi a Uber). E como sempre acabará por pagar o justo pelo pecador. Porque acredito que haja bons taxistas, taxistas que estejam contra as acções dos colegas; que percebam que alguma concorrência, legal, é benéfica e que há espaço de mercado para todos. 

Espero que entendam que o que fizeram ontem não os fez ganhar a batalha, bem antes pelo contrário - fez com que perdessem a pouca razão que tinham; com que perdessem o respeito dos clientes, o meu perderam. E quem acabará por "ganhar", mesmo sem tendo feito nada para isso, são as ditas aplicações. 

Apenas, e para terminar, um recado ao senhor que proferiu tais palavras tristes: espero que não tenha filhas ou netas.. Se não sabe o que diz, cale-se! Dizer que meninas virgens são para ser violadas é de uma barbaridade que não entra na cabeça de ninguém e não devia sair de boca nenhuma. Saber que ainda existem mentalidades assim é repugnante! Se existem leis são para se cumprir, meu caro. Se existem pensamento, é para pensar antes de falar. As meninas, virgens ou não, só a elas dizem respeito, é deixá-las brincar quando ainda têm idade para isso, porque para crescerem e conhecerem "homens" como senhor é melhor continuar a ser criança.. 

Raios!!

Aquele momento em que vens tomar um café, descontrair um pouco à hora do almoço e resolves escrever no teu caderno... começas, uma frase, duas frases e a caneta acaba. Não tem mais tinta. E o estojo? Ficou no trabalho porque a caneta chegava...

Nota mental: andar com mais do que uma caneta, especialmente se a que tens está a acabar.

7 de outubro de 2016

Amizades

Saber pelo meu pai que uma grande amiga estava cá e não saber nada dela é triste. Ela emigrou e o contacto foi - se perdendo. Ainda tentei via facebook,  maneira mais rápida e prática hoje em dia, mas verdade seja dita que ela não anda muito por lá. 
Ficam os anos de amizade, o sentimento de alguém que gosta muito dela!

Isto de ter amigos que emigram acaba de certa forma por melindrar a amizade. Acredito que a amizade esteja lá, mas não é a mesma coisa.

4 de outubro de 2016

Infeliz da vida

Será que se eu me esconder do mundo, ele continua a girar e passa a ser mais feliz sem mim? É que parece que estrago tudo o que tenho de bom na minha vida. Fazer os outros infelizes por minha causa não quero. Eu posso estar, os outros não...

Sou capaz

Como trabalhei sábado ontem não fui trabalhar. Para me dar esta "folga" foi - me perguntado se eu conseguia fazer determinada tarefa apenas estando hoje, ao que respondi que sim. Quem me perguntou não faz ideia do trabalho que é ou deixa de ser mas não interessa para o caso. 
Hoje lá vim trabalhar sabendo o que tinha para fazer e até quando.  Agora à hora do almoço disse que tinha a parte inicial praticamente toda feita que de tarde iria ser só concluir. Pois que uma colega de trabalho, essa sim que percebe da coisa, me pergunta "já?".


Não sei bem como deva entender este já. Será que eu sou rápida? Será que achava que não tinha  capacidades para realmente fazer tudo hoje? Não sei..mas não ia responder que conseguia terminar tudo hoje se realmente achasse que não conseguia. Sei o que digo, sei do que sou capaz...mesmo que o trabalho não seja totalmente desafiante.

3 de outubro de 2016

Mealheiro

Gosto de comprar raspadinhas. Não costumo passar dos 2, 3€ ao comprar e não é todos os dias nem coisa que se pareça. Vou comprando.. Euromilhões raramente faço. E também das poucas vezes que joguei nunca saiu nada, daí apostar nas raspadinhas. 
Resolvi agora que vou juntar o dinheiro que for ganhando nas raspadinhas (que é quase sempre para o gasto). Vou fazer um mealheiro com o dinheiro do jogo, pode ser que daqui a uns anos tenha um valor considerável.