São agora 3:45 e senti uma necessidade imensa de escrever...no blog, numa folha ou até no telemóvel como muitas vezes faço, mas tinha de escrever.
Acabei de ver um filme que me perturbou. O filme falava de dois amigos, juntos desde a infância, em que quando chegam ao liceu se afastam... No último ano, um dos amigos, o menos popular, decide suicidar-se na escola. O outro amigo, apesar de no início não parecer afectado, quer perceber o porquê de aquilo ter acontecido e se poderia ter evitado se tivesse mais presente na vida do amigo. Encontra Deus - mas isso é outra história que fica para outro dia. Desse "encontro" resultam novos amigos, novas vivências...
Encontra uma espécie de perfil do amigo suicida, em que este dizia que não era feliz, que estava sozinho, ninguém se interessava por ele. E que apesar dos gritos que dava ninguém parecia ouvir... Esta sim foi a parte que me afectou!
Nunca pensei em suicidar-me. Nunca lidei de perto com o suicídio de alguém e também se pode dizer que praticamente nunca lidei com a morte de alguém que fosse verdadeiramente importante para mim. Contudo já pensei como seria se eu não estivesse aqui. O suicídio para mim envolve ao mesmo tempo um acto de coragem e um acto de cobardia. Se calhar estou a pensar mal, mas não é qualquer um que põe fim à sua vida porque quer. Mas muitas vezes, pelo que leio em notícias, parece-me que não querem/tentam lidar com os problemas que têm...
Lá está, nunca pensei em suicidar-me, pensei sim em auto-mutilar-me. Não tive coragem. Acho que ia doer mais às pessoas que gostam ou penso que gostam de mim do que a eu própria. Mas estes pensamentos vêm de conjunto de situações, de acumulações, que vou juntando...e que sei que me fazem mal. Dias em que me sinto sozinha, mesmo no meio duma multidão, em que sinto que ninguém me compreende, em que não sei o que é a felicidade. Dias esses que custam a passar...
Sei que não sou a única a pensar em auto-mutilação e até suicídio e que muitas pessoas não são "cobardes" (?) como eu. Os tempos não estão fáceis, há problemas atrás de problemas... Mas quero deixar um apelo a quem pensa e tenta ou chega mesmo a concretizar algum dos actos falados:
Procurem alguém com quem possam desabafar, um amigo real ou virtual, que vos ouça e consiga ajudar... Vocês pensam que vão estar melhores e se calhar até é verdade porque deixa de haver problemas. Mas e as pessoas que vos rodeiam? Pais, avós, família mais chegada, algum amigo, essas pessoas irão ficar cá a sofrer e a pensar no que poderiam ter feito, nos sinais que não se aperceberam... A vida não é justa para ninguém, nem sempre as coisas acontecem como deviam ou queríamos, mas existe sempre um novo dia... Peço-vos que antes de chegarem à última solução - suicídio - tentem tudo por tudo... Há pessoas ao nosso lado que podem fazer a diferença e que nem sempre a vemos.
Se fizer alguém pensar uma segunda vez que seja com estas poucas mas sentidas palavras, sentir-me-ei em paz...
Ah e o tal amigo que não percebia o porquê do outro se suicidar acabou por ajudar outro colega que depois passou a amigo a não se suicidar. São pequenas palavras, pequenos gestos que mudam o mundo, que fazem a diferença. Temos é de estar atentos e abertos para os ver/receber...
(não sei se todos irão perceber este post, às vezes escrevo de forma desorganizada, mas é como o meu pensamento está - espero sinceramente que haja pelo menos uma pessoa que o entenda e faça a diferença se for o caso)
(não sei se todos irão perceber este post, às vezes escrevo de forma desorganizada, mas é como o meu pensamento está - espero sinceramente que haja pelo menos uma pessoa que o entenda e faça a diferença se for o caso)
Já vi esse filme.
ResponderEliminarE não sendo eu religioso, até gostei.
A verdade é que gostei muito do filme, apesar do tema abordar a religião. A temática do suicídio é algo interessante para mim e foi isso que mais gostei de ver, a procura por descobrir as razões... A religião foi um bocado o meio para isso.
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